domingo, 23 de setembro de 2007

Coro das Maçadeiras

Oh minha mãe dos trabalhos

Para quem trabalho eu

Trabalho, mato o meu corpo

Não tenho nada de meu

Lailarilolalalalalarelolailaro oh meu bem

Quem trabalha passa fome

Quem não trabalha é que come

Os senhores do governo

Que nos dizem querer bem

Aumentaram os alugos ao pai

E as racções também

Refrão

De palavras estamos fartos

Acções não as faz ninguém

Só tenho um palmo de terra

Para nela trabalhar

E umas mãos que criam calos

Fazendo outros engordar

Refrão

Se tudo muda na vida

Isto há de mudar também

Não nos venham os doutores

Com promessas pra votar

Nós queremos democracia

Mas com o povo a mandar

Refrão

Ricos defendendo pobres

Nunca eu vi, nem viu ninguém

Nunca vi terra dar pão

sem a gente amanhar

e a nossa vida só muda

se o povo a quiser mudar

Refrão

Muito povo está na luta

E nós vamos lutar também

Casas Sim, Barracas Não

Casas Sim

Casas Sim, Barracas não

As casas são do povo

Abaixo a exploração

Vim do campo pra cidade

Atarralhei a maldição

A morrer de sol a sol

Por uma côdea de pão

Que metade colheita

Vai prós bolsos do patrão

Estava farto de miséria

De ver os filhos a chorar

Larguei tudo e vim me embora

Pra cidade trabalhar

Sem dinheiro e sem ter casa

Fui pras barracas morar

Refrão

Dizem que quem nasce pobre

Sem dinheiro pra estudar

Tem que andar sempre de canga

E tem de se sujeitar

Ao que a sorte lhe trouxer

E às migalhas que apanhar

Essa sorte eu a renego

Que só dá sorte ao patrão

É conversa de quem quer

continuar a exploração

Vou lutar que a minha sorte

Há de sair da minha mão

Refrão

Sou operário sou pedreiro

Trabalho na construção

Sou eu quem constrói as casas

Prós burgueses, pró patrão

Dou palácios aos senhores

E vivo num barracão

A canalha que me explora

Tem tudo que quer à farta

Chalés no campo e na praia

Para a amante e para a gata

Tudo à minha custa enquanto

Vivo num bairro de lata

Refrão

Mas já basta de miséria

Isto agora vai ser diferente

Não haja gente sem casa

Enquanto houver casas sem gente

Pelo fim da exploração

Marchemos todos em frente

Todos bem organizados

Partiremos à conquista

Esmagaremos para sempre

A opressão capitalista

Liberdade para o povo

Numa pátria socialista

Refrão

A Herdade do Val Fanado

Na Herdade do Val Fanado
Terra rica em trigo e gado
Freguesia de Albernoa
O Povo era explorado
Por Mariana Vilhena
Burguesa vil e patroa

Nas terras que ela dizia
Serem suas por herança
Do nascer ao pôr-do-sol
Homens, mulheres e crianças
Anos e anos a fio
Passaram miséria e fome

Até que um dia o Povo
De foice e punho no ar
Num só grito disse não
Quarenta e um trabalhadores
Homens do campo e mulheres
Fizeram a ocupação

Ocuparam a herdade
Com as máquinas e o gado
Mostrando a essa malvada
Que só tem direito à terra
Quem com a enxada trabalha,
Quem a sua, quem a lavra.

Agora os camponeses
Na Herdade do Val Fanado
Trabalham com alegria
Nas terras que já são suas
Pois o fruto do seu trabalho
Já não vai para burguesia

As dificuldades virão
Porque os ocupantes sabem
Que o governo é dos burgueses
Por isso pedem apoio
A todos os seus irmãos
Operários e camponeses

A Herdade do Val Fanado
Pede a todos os soldados
Operários e camponeses
Que se unam e organizem
Com o povo de Albernoa
Para tirar o poder aos burgueses

Agora os camponeses
Na Herdade do Val Fanado
Trabalham com alegria
Nas terras que já são suas
Pois o fruto do seu trabalho
Já não vai para burguesia